Secretário Antony J. Blinken em uma coletiva de imprensa solo
4 de abril de 2024
Sede da Otan
Bruxelas, Bélgica

SECRETÁRIO BLINKEN: Bem, boa noite a todos. Viajei para Israel nos dias imediatamente seguintes aos horríveis ataques de 7 de outubro. E deixei claro então o compromisso dos Estados Unidos com a segurança de Israel e a garantia de que o 7 de Outubro nunca mais possa acontecer. Também sublinhei os requisitos morais, estratégicos e legais de Israel visando proteger os civis e fornecer assistência humanitária àqueles que dela necessitam. 

Pois bem, é claro, o que aconteceu depois do 7 de Outubro poderia ter terminado imediatamente se o Hamas tivesse parado de se esconder atrás de civis, libertado os reféns e deposto as armas. Mas Israel não é o Hamas. Israel é uma democracia; o Hamas, uma organização terrorista. E as democracias atribuem o maior valor à vida humana — a cada vida humana. Como já foi dito, quem salva uma vida, salva o mundo inteiro. Essa é nossa força. É o que nos distingue de terroristas como o Hamas. Se perdermos essa reverência pela vida humana, corremos o risco de nos tornarmos idênticos àqueles que enfrentamos.

Essa é a realidade atual em Gaza. Apesar das medidas importantes que Israel tem adotado a fim de permitir a assistência a Gaza, os resultados in loco são lamentavelmente insuficientes e inaceitáveis. Cem por cento da população de Gaza sofre de níveis agudos de insegurança alimentar. Cem por cento da população necessita de assistência humanitária. E aqueles que trabalham heroicamente para prestar essa assistência estão fazendo isso com grande perigo para suas próprias vidas. O terrível ataque desta semana à Cozinha Central Mundial não foi o primeiro incidente desse tipo. Deve ser o último.

O presidente Biden conversou há pouco com o primeiro-ministro Netanyahu. Os líderes discutiram a situação em Gaza. O presidente enfatizou que ataques contra trabalhadores humanitários e a situação humanitária em geral são inaceitáveis. Ele deixou clara a necessidade de Israel anunciar uma série de medidas específicas, concretas e mensuráveis com o objetivo de lidar com os danos civis, o sofrimento humanitário e a segurança de trabalhadores humanitários. Ele deixou claro que a política dos EUA em relação a Gaza será determinada pela nossa avaliação da ação imediata de Israel no tocante a essas medidas.

Sublinhou também que um cessar-fogo imediato é essencial a fim de estabilizar e melhorar a situação humanitária, e proteger civis inocentes, e instou o primeiro-ministro Netanyahu a capacitar seus negociadores com o intuito de concluir sem demora um acordo visando levar os reféns para casa. Os dois líderes também discutiram as ameaças públicas iranianas contra Israel e o povo israelense. O presidente Biden reafirmou o forte apoio dos Estados Unidos a Israel face a essas ameaças e nosso compromisso com a segurança de Israel.

Neste momento, não há maior prioridade em Gaza do que proteger civis, aumentar a assistência humanitária e garantir a segurança daqueles que a proporcionam. Israel deve viver esse momento.

Bem, aqui em Bruxelas, assinalamos 75 anos desde a fundação da Aliança da Otan. Tivemos, à mesa, nossa primeira reunião ministerial com a Suécia, um aliado de pleno direito. Existem agora 32 membros da Aliança da Otan. E essa Aliança tem continuado a se adaptar, a enfrentar desafios, a enfrentar ameaças à medida que surgem.

Portanto, embora nos concentremos em comemorar o fato de termos atingido a marca dos 75 anos, estamos intensamente focados no futuro. Discutimos resultados concretos para a próxima Cúpula de Washington, em julho, incluindo o aumento de nosso apoio à Ucrânia, o reforço da postura de dissuasão e defesa da Otan, em particular através do reforço de nossas bases industriais de defesa em ambos os lados do Atlântico, e do aprofundamento da cooperação com parceiros, incluindo os do Indo-Pacífico.

Também realizamos nosso segundo Conselho Otan-Ucrânia. Reafirmamos que o futuro da Ucrânia está na Otan. Nosso objetivo agora é criar uma ponte para a adesão plena da Ucrânia, oferecendo apoio adicional e maior cooperação, à medida que a Ucrânia realiza as reformas necessárias a fim de ingressar na Aliança. 

A Ucrânia fez alguns progressos notáveis nos últimos meses. Ela afastou a frota russa do Mar Negro, abrindo rotas de navegação visando levar grãos para o mundo e, de fato, as exportações pelo Mar Negro agora são iguais ou superiores às exportações antes da agressão russa em fevereiro de 2022. A Ucrânia está atraindo cada vez mais investimentos privados e está se mantendo valentemente no campo de batalha diante de um ataque russo contínuo. 

Também está realizando avanços nas reformas de governança e segurança, que discutimos em nossas reuniões de hoje, incluindo o aumento de recursos para suas instituições de combate à corrupção, aumentando a transparência e a prestação de contas pela assistência militar que todos nós estamos fornecendo à Ucrânia. E creio que esse progresso mostra que a Ucrânia está levando nossas recomendações — as recomendações de todos os aliados — a sério, fazendo o trabalho duro para atender aos altos padrões da Otan. 

Mas também sabemos disto: mais ajuda é urgentemente necessária para a Ucrânia. Ouvimos hoje diretamente do ministro das Relações Exteriores Kuleba que, a cada dia que passa sem mais assistência, os defensores da Ucrânia e seus civis correm mais perigo. Nosso apoio é especialmente importante, pois vários países estão ajudando a Rússia a construir sua base industrial de defesa e a continuar a perpetrar sua agressão à Ucrânia. A China continua fornecendo materiais para apoiar a base industrial de defesa da Rússia. A Coreia do Norte e o Irã também fornecem apoio. E tudo isso está alimentando a máquina de guerra de Putin, que ataca os ucranianos e ameaça a segurança europeia. 

Os Estados Unidos precisam fazer sua parte. Aliados estão se mobilizando. Eles têm assumido sua parcela de responsabilidade. Há apenas algumas semanas, foram anunciados mais 50 bilhões de euros em financiamento adicional da UE. Eles estão fazendo investimentos sem precedentes em suas próprias bases industriais de defesa, e temos agora dois terços dos aliados que estão cumprindo o Compromisso de Gales de dedicar 2% do PIB à defesa. Portanto, mais do que nunca, temos um verdadeiro compartilhamento de ônus entre os aliados. E nos cerca de 30 anos em que me dedico a essas questões, esse é provavelmente o melhor exemplo de compartilhamento de ônus que já vi. 

Os Estados Unidos têm feito contribuições tremendas, mas é imperativo que o Congresso aprove o pedido de orçamento suplementar apresentado pelo presidente Biden. E sei que o presidente Johnson se comprometeu a levar o suplemento a votação rapidamente. A mensagem de Bruxelas é clara: essa votação é urgente.

Também ouvi isto de aliado após aliado: nosso compromisso, nosso engajamento é indispensável para esta Aliança. Também ouvi o profundo impacto que teria na segurança global se os Estados Unidos se afastassem de alguma forma de seus compromissos. Concordo com isso e é também uma mensagem que pretendo levar comigo aos Estados Unidos e a nosso Congresso.

Muito mais foi discutido nessas reuniões nos últimos dias. Fico feliz em abordar qualquer uma dessas questões, mas, em função do tempo, permitam-me passar para suas perguntas.


Veja o conteúdo original: https://www.state.gov/secretary-antony-j-blinken-at-a-solo-press-availability/

Esta tradução é fornecida como cortesia e apenas o texto original em inglês deve ser considerado oficial. 

U.S. Department of State

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