DEPARTAMENTO DE ESTADO DOS EUA
Escritório do Porta-Voz
Para lançamento imediato em 15 de março de 2024

15 de março de 2024
Centro Internacional de Viena
Viena, Áustria

SECRETÁRIO BLINKEN: Bem, boa tarde a todos e ao diretor-executivo Waly, ao embaixador Johnson, e aos representantes dos Estados-membros. Hoje marca a primeira vez que o secretário de Estado dos Estados Unidos participa de uma sessão da Comissão da ONU sobre Entorpecentes.

Estou aqui porque, mais do que nunca, cumprir a missão desta instituição é fundamental para a segurança, a prosperidade, a saúde do povo americano, tal como é para os povos de todas nossas nações.

Desde a última sessão de alto nível desta Comissão, há três anos, o número de americanos que morreram de overdoses causadas por opiáceos sintéticos quase duplicou — 74 mil pessoas neste ano. Mais de 40% do povo americano conhece alguém que morreu de overdose decorrente de opiáceos. As drogas sintéticas representam atualmente a causa de morte número um de americanos com idades entre 18 e 45 anos.

Muitos de vocês estão aqui por razões semelhantes. Pois bem, os tipos de drogas sintéticas que afetam seus países podem variar. Em alguns, podem ser metanfetaminas ou cetamina; em outros, tramadol, captagon, fentanil. A escala do problema pode ser diferente.

Mas em todas as regiões, o consumo, a dependência e as mortes por overdose de drogas sintéticas estão aumentando rapidamente.

Minha mensagem para este encontro é urgente. Se quisermos mudar a trajetória desta crise, só há uma maneira de ter sucesso: juntos.

Bem, para cada um de nós, para cada nação, isso tem de começar em casa, inclusive nos Estados Unidos. Nos últimos três anos, investimos um valor sem precedentes de US$ 169 bilhões para combater drogas nocivas.

Sob a liderança do presidente Biden, os Estados Unidos estão, pela primeira vez, dedicando mais recursos ao combate à demanda por drogas do que à interrupção da oferta.

Isso significa mais recursos para a conscientização do público, para intervenções e serviços de saúde destinados a prevenir e reduzir o consumo de drogas, as overdoses e outros danos, juntamente com medidas visando prevenir, detectar e impedir a produção e o tráfico ilícitos de drogas.

Isso reflete o fato fundamental de que o consumo de substâncias não tratadas e o aumento do tráfico são duas faces da mesma moeda. Quanto mais pudermos ajudar as pessoas a quebrar o ciclo de consumo e dependência, menor será o mercado ilícito de drogas. Quanto mais conseguirmos reduzir o fornecimento ilícito de drogas nocivas, menos pessoas estarão expostas a elas.

Mas embora nossos esforços para enfrentar a crise das drogas sintéticas comecem em nosso país, não podem terminar em nosso país. Esse é, simplesmente, um problema que nenhum país pode resolver sozinho.

Grupos criminosos que produzem essas drogas são ágeis. Quando um país reprime a produção de uma droga sintética ou de precursores químicos utilizados em sua produção, criminosos rapidamente encontram outro local para produzi-las. Quando uma rota de tráfico é encerrada, eles mudam para outra.

Eles também estão constantemente criando novas drogas. Organizações criminosas produzem cerca de 80 novas drogas sintéticas todos os anos — muitas delas mais potentes do que as que já circulam. E estão sempre à procura de novos mercados e novos usuários a fim de aumentar seus lucros.

Portanto, se quisermos proteger com sucesso as pessoas em todos nossos países, simplesmente não podemos fazê-lo sozinhos. Quero sugerir quatro maneiras das quais podemos trabalhar juntos com o objetivo de adotar medidas eficazes.

Em primeiro lugar, podemos acelerar os esforços visando regulamentar precursores químicos utilizados para fabricar ilicitamente drogas sintéticas. Teremos a oportunidade de fazê-lo na próxima semana, quando a CND votar a adição de precursores novos e emergentes à lista de produtos químicos que já controlamos. Ao fazê-lo, cabe a governos a responsabilidade de monitorar de forma mais eficaz a produção e o comércio desses produtos químicos com o intuito de reduzir sua utilização para fins ilícitos, o que, por sua vez, torna seu tráfico mais difícil.

Pedimos a todos os membros que apoiem esse esforço — e cumpram suas obrigações de controlar essas substâncias.

Em segundo lugar, podemos redobrar nossos esforços a fim de reduzir as mortes por overdose.  Há um crescente conjunto de evidências que demonstra como podemos unir prevenção, redução de danos, tratamento e recuperação para salvar vidas.

Na próxima semana, proporemos uma resolução pedindo aos países que implementem medidas como essas. Peço que se juntem a nós para adotá-la.

Em terceiro lugar, podemos aprofundar a colaboração com os principais atores fora do governo, pois, assim como nenhum país pode resolver o problema sozinho, governos sozinhos também não podem.  Profissionais de saúde pública, grupos da sociedade civil, comunidades afetadas, acadêmicos e outros especialistas há muito tempo lideram o caminho na identificação de soluções eficazes.  Podemos fazer mais — devemos fazer mais — visando estabelecer parcerias com eles e com o setor privado, especialmente devido ao papel central que plataformas e produtos do setor privado desempenham na produção, na movimentação e na comercialização ilícitas de drogas sintéticas.

Os Estados Unidos e o UNODC lançaram recentemente um novo esforço de colaboração com a Meta, a Snap, entre outros, com o objetivo de interromper a atividade de drogas sintéticas on-line e, em vez disso, fazer com que essas plataformas usem sua influência para educar usuários sobre os riscos.  Esperamos que todos vocês também participem desse esforço e incentivamos mais plataformas a participarem.

Finalmente, juntem-se aos agora 151 países e 14 organizações internacionais na Coalizão Global para Enfrentar as Ameaças das Drogas Sintéticas. Desde julho passado, quando essa Coalizão se reuniu, temos trabalhado para identificar formas de cooperar a fim de prevenir a produção e o tráfico de drogas sintéticas, detectar ameaças emergentes e reforçar intervenções de saúde pública.

Em conjunto, a Coalizão desenvolveu recomendações específicas para ações que os países podem tomar, bem como identificou mais de 120 iniciativas visando apoiar esses esforços. Agora estamos avançando para implementar essas ações e pedimos a todos: façam parceria conosco.

Comecei destacando o aumento catastrófico das mortes por overdose nos Estados Unidos e, em muitos aspectos, temos atuado como emissores de alerta, especialmente quando se trata de fentanil. Essa droga nos atingiu duramente, nos atingiu primeiro, mas infelizmente não por último, e podemos ver sua devastação começando a tomar conta de outros países.

Mas não é aí que a história termina. Temos dados recentes que sugerem que, pela primeira vez em anos, o número de americanos que morreram de overdose não aumentou significativamente. O número se estabilizou.

Ora, com um americano ainda morrendo de overdose em decorrência do uso de drogas a cada cinco minutos, nosso trabalho está longe de terminar.

Mas a mudança sugere que as medidas que estamos tomando — muitas delas em parceria com países aqui nesta sala — estão fazendo a diferença, estão começando a virar o jogo.

É por isso que continuaremos avançando com esforços como os que descrevi hoje. E pela saúde, segurança e prosperidade das pessoas em seus países, espero que se juntem a nós e que possamos continuar e, de fato, aprofundar nosso trabalho juntos.

Agradeço muito a cada um de vocês pela extraordinária dedicação a essa tarefa, algo que sei que será benéfico para pessoas de todo o mundo. E agora tenho o prazer de anunciar que os Estados Unidos se comprometem a expandir significativamente nossa assistência para combater ameaças ilícitas de drogas sintéticas em todo o mundo, e buscaremos alocar aproximadamente US$ 170 milhões visando avançar nesses esforços no próximo ano. Obrigado. [Aplausos.] Muito obrigado.


Veja o conteúdo original: https://www.state.gov/secretary-antony-j-blinken-at-the-67th-session-of-the-un-commission-on-narcotic-drugs/

Esta tradução é fornecida como cortesia e apenas o texto original em inglês deve ser considerado oficial.

U.S. Department of State

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