Departamento de Estado dos EUA
Antony j. Blinken, secretário de Estado dos EUA
Hotel Shilla
Seul, República da Coreia
Pronunciamento
17 de março de 2024

SECRETÁRIO BLINKEN: Muito, muito obrigado. Presidente Yoon, ministro das Relações Exteriores Cho:obrigado por acolher esta terceira Cúpula pela Democracia. E espero que o espírito extraordinário do nori, que vimos há poucos momentos, permeie os próximos três dias e, de fato, nos ajude a prosseguir a partir de Seul, à medida que não apenas fazemos nosso trabalho aqui, mas continuamos nas muitas semanas e meses adiante.

É particularmente apropriado — na verdade, é até um pouco comovente — que estejamos reunidos aqui em Seul, na Coreia, para esta terceira Cúpula pela Democracia — uma nação que se transformou, ao longo de uma única geração, em uma das democracias mais fortes e dinâmicas no mundo, uma defensora da democracia para o mundo.

Quero também agradecer a nossos parceiros que estão aqui hoje, vindos do Reino Unido e do Equador, por ajudarem a levar adiante a bandeira da Cúpula pela Democracia. E a todos os presentes hoje: obrigado por estarem aqui.

Viemos de nações grandes e pequenas; do Oriente e do Ocidente; economias desenvolvidas e em desenvolvimento. Mas estamos todos unidos por uma forte convicção: a de que a democracia é a ferramenta mais poderosa para libertar o potencial humano e produzir resultados para nosso povo.

Há três anos, o presidente Biden lançou a Cúpula pela Democracia, reconhecendo que a governança democrática atingiu o que ele chama de ponto de inflexão.

Houve uma poderosa onda de abertura política em todo o mundo após o fim da Guerra Fria, mas que foi seguida por quase duas décadas de retrocesso democrático. Em muitos lugares, as liberdades básicas foram corroídas, os direitos eleitorais foram atacados, a corrupção corroeu a esperança.

Sob a insígnia da Cúpula, ao longo dos últimos três anos, nos erguemos juntos para enfrentar este desafio. Mais de cem governos de todas as partes do mundo têm se comprometido a tomar medidas concretas para fortalecer e renovar a democracia em seus países, mas também a trabalhar em conjunto a fim de enfrentar ameaças que compartilhamos em todo o mundo.

Estamos combatendo a corrupção. A Bulgária está protegendo delatores e aumentando a responsabilização de procuradores públicos. O Quênia adotou como padrão dados abertos de contratos públicos e criou um registro público de beneficiários efetivos. O Canadá está investindo milhões no combate à lavagem de dinheiro em todo o mundo.

Estamos promovendo eleições livres e justas. A Suíça está apoiando democracias emergentes com conhecimentos tecnológicos e orientações visando reduzir o risco de violência antes de eleições.

Botswana está engajando organismos regionais como a União Africana e as comunidades econômicas regionais com o intuito de defender limites ao mandato presidencial. A Austrália está fornecendo apoio eleitoral a nações do Sudeste Asiático e do Pacífico.

Estamos protegendo a mídia e os jornalistas independentes. Os Estados Unidos têm apoiado doações em mais de uma dúzia de países para fortalecer a estabilidade a longo prazo de meios de comunicação por meio do Fundo Internacional para Mídias de Interesse Público. E estamos melhorando a segurança de jornalistas, incluindo os que operam no exílio, nos termos da Plataforma de Proteção ao Jornalismo.

Estamos promovendo e defendendo os direitos humanos. O Nepal aumentou o prazo de prescrição para abrir um processo de estupro. A República Tcheca iniciou um programa visando emitir vistos de emergência para defensores dos direitos humanos que possam estar sob ameaça. As Bahamas lançaram uma ferramenta móvel a fim de conectar pessoas com deficiência a serviços e oportunidades de emprego.

E, fundamentalmente, estamos trazendo parceiros de fora do governo para o trabalho fundamental de proteção e promoção da democracia. Os Estados Unidos estão lançando um novo Plano de Ação Nacional sobre Conduta Empresarial Responsável. Esse Plano estabelece mais de 40 ações concretas em todo o governo dos EUA com o objetivo de ajudar a garantir que empresas com quem trabalhamos defendam realmente os direitos humanos.

O presidente Biden tem feito da defesa da democracia um pilar central da diplomacia americana — porque salvaguardar e acelerar nossa renovação democrática em nível interno exige que ajudemos a moldar um mundo em que as democracias possam prosperar.

Reforçar os pilares tradicionais da democracia é mais importante do que nunca.

Mas também precisamos mostrar que a democracia responde às necessidades de nossos povos e pode resolver as questões que mais importam na vida e nos meios de subsistência de nossos povos.

Como a crise climática — que, para milhões de pessoas, é hoje literalmente uma ameaça existencial a seus meios de subsistência.

Crescimento econômico inclusivo que proteja a dignidade do trabalho e reforce a competitividade econômica das democracias.

Direitos sociais, como alimentação, saúde, educação e habitação.

Direitos e necessidades de vulneráveis e historicamente marginalizados: mulheres e meninas, pessoas com deficiência, a comunidade LGTBQI+, minorias religiosas e étnicas, jovens. Nossa democracia não pode ser para alguns — deve ser para todos.

É por isso que estamos investindo nas novas iniciativas da Cúpula pela Democracia, como a Rede para a Democracia Juvenil, com o intuito de conectar jovens líderes democráticos em nossos países. Precisamos ser informados e nos sentir animados com suas necessidades, com suas aspirações — e agir de acordo com elas, se quisermos que gerações futuras apoiem sociedades democráticas.

A revitalização da democracia também exigirá que moldemos um futuro tecnológico que seja inclusivo, que respeite os direitos e que vise impulsionar o progresso na vida das pessoas.

À medida que regimes autoritários e repressivos implementam tecnologias a fim de minar a democracia e os direitos humanos, precisamos garantir que a tecnologia sustente e apoie valores e normas democráticas.

Um pouco mais tarde, ainda nesta manhã, teremos a oportunidade de falar sobre formas de garantir que nosso progresso tecnológico — especificamente a inteligência artificial e as ferramentas digitais — realmente estimulem a renovação democrática e não a prejudiquem.

Como costuma dizer o presidente Biden, a democracia não acontece por acidente. Temos de renová-la constantemente. E temos de enfrentar nossas próprias deficiências, de forma transparente, mesmo quando é desconfortável, mesmo quando é doloroso.

Vamos fazer isso seguros de que a democracia é uma aspiração compartilhada por povos de todo o mundo — e que a busca por uma democracia representativa permanece forte.

Proteger nossas democracias é um esforço coletivo, que depende do trabalho conjunto de nossos governos e de nossos povos. Todas as pessoas, todas as nações, todos os setores têm contribuições a fazer. E nenhum de nós tem o monopólio das ideias, muito menos das boas ideias.

E esse é, de certa forma, o poder da Cúpula pela Democracia — a capacidade de realmente compartilhar e dimensionar soluções; catalisar a ação coletiva; mudar as normas. Ao fazer isso, continuamos conquistando a confiança de nosso povo e a confiança do mundo em nosso modelo democrático.

Então, a todos aqui, obrigado. Obrigado por seu envolvimento. Obrigado por sua liderança todos os dias em cada um dos países presentes aqui. E olhando em volta desta sala, ouvindo os compromissos de tantos parceiros, continuo mais do que otimista de que vamos enfrentar o desafio deste momento.

Muito obrigado. [Aplausos.]


Veja o conteúdo original: https://www.state.gov/secretary-antony-j-blinken-at-the-opening-ceremony-of-the-third-summit-for-democracy/

Esta tradução é fornecida como cortesia e apenas o texto original em inglês deve ser considerado oficial.

U.S. Department of State

The Lessons of 1989: Freedom and Our Future